Entrevista com Ranielle Vasconcelos
Portal O Norte – Como a senhora soube do crime?
Ranielle Vasconcelos - Eu estava de plantão da 1ª Delegacia Distrital no bairro de Cruz das Armas e próximo ao final do plantão fomos comunicados do encontro de um corpo na BR. A informação chegou pouco depois das 6h e de que era um atropelamento e fomos até la.
Portal O Norte – qual era a situação naquele momento?
Ranielle Vasconcelos - Fiquei no local aguardando a perícia, junto com a PRF e alguns policiais militares. Pouco tempo depois, um policial me entregou um exame de gravidez, com resultado positivo, que foi encontrado no bolso dela, e passamos a suspeitar que aquele era o nome dela.
Quando o perito chegou ele me informou que ela tinha uma marca no pescoço, que provavelmente era a causa morte, uma vez que não havia nenhuma outra marca no corpo dela.
Portal O Norte – Como ela estava?
Ranielle Vasconcelos - Ela estava despida, com a parte de cima do corpo a mostra, com a calça aberta, mostrando a calcinha, e não tinha sinais de violência pelo corpo, apenas uma marca no pescoço que naquele momento não estava nem tão forte, mas a perícia já adiantou que poderia ser um estrangulamento, mas que só poderia ser confirmado durante a necropsia. O local não estava isolado, tinha muita gente no local o que dificultou nosso trabalho, porque se havia pista, perdemos.
Portal O Norte – Por que a senhora voltou para a delegacia a tarde?
Ranielle Vasconcelos – Me ligaram a tarde confirmando a identidade dela e com a informação de que a última pessoa que esteve com ela foi o namorado dela. Eu fui para a delegacia esperando realizar um flagrante, mas ele se adiantou e veio acompanhado de um advogado prestar depoimento.
Portal O Norte – Como foi o interrogatório?
Ranielle Vasconcelos - Ele colaborou com tudo, estava muito tranquilo, sempre muito educado. Pedi todos os exames possíveis inclusive o questionei sobre a localização do carro dele e mandei que uma equipe fosse buscá-lo e levá-lo para o IPC (Instituto de Polícia Científica).
Portal O Norte – A senhora suspeitou que ele pudesse estar mentindo?
Ranielle Vasconcelos – Ele estava tranquilo demais para alguém que recebe a notícia de que a pessoa com quem você esteve na noite anterior, que estava esperando um filho seu, morreu. Ele me disse que ela queria o aborto e ele não.
Portal O Norte – A senhora acredita que ele seja culpado?
Ranielle Vasconcelos – há muitas provas contra ele. A gente não sabe como aconteceu a morte dela, ou a hora exata, mas eu não tenho duvidas de que foi ele. Com base nas contradições apresentadas no depoimento dele e das pessoas que foram ouvidas durante o inquérito, não me resta duvidas.
Portal O Norte – Como ele se comportou durante o depoimento?
Ranielle Vasconcelos – Durante o depoimento ele foi muito frio, não demonstrava sentimento. Uma pessoa inocente demonstra sentimentos, fica nervosa principalmente quando sabe que é o principal suspeito, mas ele não ficou. Ele me disse que teve apenas uma relação sexual com ela, que essa relação foi no quarto dele, com pessoas na casa e que usou camisinha.
Portal O Norte – O que ele disse que aconteceu na noite do crime?
Ranielle Vasconcelos – ele disse que ela contou que estava grávida, mas que queria abortar. A princípio ele concordou, mas depois desistiu e no veículo ele perguntou se ela faria um exame de DNA, e foi nesse momento em que ela pediu para descer do carro. Ele disse ter visto um carro se aproximar devagar e que ela foi conversar com o motorista.